Discussãozinha ridícula entre Gullar e AC
Álvaro Alves de Faria
[De São Paulo]
Fazia tempo que eu não via (e lia) tanta inutilidade, bem ao gosto da Folha de S.Paulo que gosta de promover coisas assim lastimáveis e de uma estupidez que causa arrepios. É aquela discussãozinha entre o senhor Augusto de Campos (não sei de quem se trata, que a Folha chama de "poeta") e o poeta Ferreira Gullar. Do que sei de AC é que se trata de uma espécie de chefe daqueles que dominam o jornalismo cultural e as universidades, ceifando os nomes dos que não rezam por sua cartilha. Formam um bando. São bandoleiros literários. Só lamento por Ferreira Gullar entrar numa estupidez assim. O AC não sei o que faz, senão teorias sobre tudo e traduções que, quase sempre, nada têm a ver com o livro original "traduzido" por ele e sua turma. Mas a turma é forte. A própria Folha informa que a discussãozinha brasileira sobre o nada começou quando Gullar escreveu que foi ele quem alertou os concretistas de São Paulo, em 1954, sobre a importância de Oswald de Andrade. Então o AC - segundo a Folha, "expoente do concretismo ao lado do irmão Haroldo de Campos e de Décio Pignatari" - respondeu a Ferreira Gullar, contestando. Houve réplica, tréplica, essas coisas todas. A Folha, bem ao seu estilo, foi ouvir alguns intelectuais sobre o assunto. Vejam esta verdadeira jóia, uma pérola que cabe com destaque no pescoço de um pedantismo que mostra bem a cara deste país vagabundo em que todos metidos. Veio de Nelson Ascher, "que associa a briga entre AC e Gullar ao conceito freudiano de "narcisismo das pequenas diferenças", pois considera que AC e Gullar tem muitos mais semelhanças que diferenças". Uma maravilha. Espetáculo. Fazia tempo, mas muito tempo mesmo, que eu não lia algo tão fundamental para a poesia deste país. AC escreveu mais um artigo que Gullar prometeu não ler, encerrando o que a Folha chamou de "polêmica". AC detona Gullar, como um sábio acima de qualquer suspeita, um texto que beira ao ridículo. Como já disse, não sei quem é AC, nem me interessa saber. Sei apenas que ele e a turma dele se dizem os maiores poetas brasileiros de todos os tempos. Mas todos os tempos mesmo. Os suplementos culturais ridículos deste país estão cansados de dizer isso. E a nova "polêmica" produzida pela Folha de S.Paulo teve lá seus sete ou oito interessados nessa discussão inútil. Lamento por Gullar. Para falar a verdade, acho que não lamento não. Entra nessas histórias porque quer. Também deve ser de seu agrado. Assim se faz a poesia brasileira. Esses são os chamados poetas brasileiros. No final, deixo aqui, sem que ninguém tenha me pedido: Oswald de Andrade é uma bosta. Só isso.
CONCORDO E APRECIO SUA CRÍTICA.
ResponderExcluirDois Tolos.
L.R- RJ