Porque calais em mim tamanho pranto,
deixo que morra aqui vosso destino,
marca-me o ferimento em vosso espanto,
o que me aguarda em vós, por desatino.
Já sabereis, Inês, em vosso encanto,
o que da vida a fúria que previno
ao vos guardar em mim, mas sei, no entanto,
que esta dor vai além do que imagino.
Morta em silêncio, Inês, assim perdida,
vós rainha que sois no encantamento
que sempre tive em mim por vossa vida.
Em vossa morte, Inês, em desencanto,
a voz que some e grita meu lamento
na dor que guardo agora como um manto.
De “Inês”, Coimbra, 2007
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