sábado, outubro 08, 2011

Esse cenário lastimável atinge a identidade brasileira



Longe das mazelas brasileiras      




Como é bom sair de um café em Coimbra, de madrugada, depois de ouvir uma noite de canções, sem ter receio algum de andar pelas ruas estreitas. Tendo a certeza absoluta de que não será atacado por nenhum assaltante, de que não terá um revólver encostado na cabeça. Como é bom passear pela cidade às três horas da manhã entrando nos cafés e conversar com pessoas que nunca viu na vida. Estou ainda em Portugal, onde vi  lançar meu novo livro "Três sentimentos em Idanha e outros poemas portugueses" e também fui acertar a edição na Espanha da novela "Cartas de Abril para Júlia".

A tradução será feita pelo poeta peruano-espanhol Alfredo Perez Alencart, professor na Universidade de Salamanca. Como é bom andar pelas ruas de Madri. Como é bom andar por Salamanca. Graças a Deus eu sou um péssimo brasileiro. O país, coitado, não tem culpa de nada. Odeio a corja que governa, os corruptos que há mais de 300 anos são sempre os mesmos e nada lhes acontece, já que a Justiça brasileira é aquela que se chama Justiça dos três "Pês".

Só prende Puta, Preto e Pobre. Esse cenário lastimável atinge a identidade brasileira. Mas o país é surrealista. Por exemplo: O Brasil não tem ministro da Cultura há nove anos. Já o ministro da Educação distribui livros de Língua Portuguesa ensinando erros de  Português, exemplificando que pode-se dizer "nóis vai pescar". Por isso eu fugi para Portugal onde tenho publicado meus livros e faço questão que seja assim. Sou um poeta português o que, entre nós, não tem signfiicado nenhum. Mas para mim, dentro de meu ser, o significado é grande. Definitivamente eu cansei.

Perdi mais de 20 anas de minha vida, vivendo perigosamente na ditadura militar. Foi para isto? Como estou cansado demais para escrever agora, deixo um vídeo que gravei para a TV da Jovem Pan, sobre uma mazela brasileira, uma mazelinha de leve envolvendo o presidente do Congresso Nacional, nobre senador José Sarney, membro da Academia Brasileira de Letras, aquele que usa helicópeto da Polícia Militar do Maranhão para visitar sua ilha particular e diz na cara dura que não tem nada demais.

E afirma ainda que utiliza o helicópeto público  para fins particulares autorizado pela governadora do Maranhão que, por um acaso espetacular, é sua filha. Só dando muita risada mesmo, porque chorar não adianta mais no país que atualmente tem dois governos,o oficial e o paralelo megalomaniaco.

                          

                            

2 comentários:

  1. Eu estou me preparando para ir a Portugal. Não conheço e morro de vontade. Amei seu texto.
    Belvedere

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  2. Uma das boas sátiras , afiada e pontual...é de rir mesmo Poeta!
    Valentina

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