Diante do mar
Costumo
me esconder de mim diante do mar, especialmente quando vou para Portugal à
minha procura.Estou sempre em Portugal. Nas ruas de Coimbra. Nas igrejas de
Coimbra. Nos cafés de Coimbra. A caminhar por Lisboa, olhando a senhora da rua
São Nicolau a cozer suas castanhas. Estou diante do mar, sentado com meu
guarda-chuva antigo, exatamente eu que gosto que a chuva caia no meu rosto, na
minha roupa, nos meus sapatos que procuram rumos inexistentes. Vejo-me no
Bairro Alto, em Lisboa, nas casas de fado. Todas as fadistas cantam de olhos
fechados, a melhor maneira de ver todas as coisas. Poemas ao som da guitarra
portuguesa, aquela declaração de um amor triste, de lágrimas e desesperos.
Depois é a madrugada às margens do rio Tejo. Como é a madrugada de Coimbra, às
margens do rio Mondego. Vista da ponte de Santa Clara, Coimbra está mergulhada
dentro do rio com suas luzes, suas baladas, sua guitarra, o fado de Coimbra que
não é fado, é outra coisa que não sei explicar. Depois os amigos, uma noite
imensa por viver, as mãos brancas das mulheres, cabelos quase sempre negros,
palavras que não precisam ser compreendidas por ninguém. Estou diante do mar,
com meu guarda-chuva. É quase certo que adormecerei daqui a pouco. É quase
certo que sonharei com setembro. É quase certo que tentarei viver o que me
cabe. É quase certo, mas eu não tenho certeza.
Que página maravilhosa! Tudo feito com tanto carinho e dedicação!
ResponderExcluirQuerido poeta,adoro navegar por esse site,pois ele nos dá a possibilidade de conhecer seu grandioso trabalho.
Seus belíssimos poemas! Seus textos sempre tão coerentes e condizentes com a realidade na qual estamos vivendo,nos dias atuais e com isso, sempre nos levando a profundas reflexões.
Seus poemas são de uma beleza imensurável! Ora, revelando a aspereza da vida,ora, sua doçura e encantamento.
Você que se diz:um poeta Português! Em seus poemas,aprendemos muito também, sobre a cultura Portuguesa.
Parabéns! E que Deus ilumine seus pensamentos,sempre cheios de inspiração, e suas mãos para que possas continuar a teclar verdadeiras jóias que tanto nos enriquece e torna nossa vida mais rica e colorida!
Obrigada poeta, "Álvaro Alves de Faria"